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Rob Halford diz que recebeu cartas de metaleiros gays do mundo todo quando saiu do armário

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Cantor do Judas Priest toca em SP nesta quinta (15) e no domingo (18), no Knotfest. Ele exalta Slipknot, outro headliner do festival, e lembra apoio a fãs que se assumiram gays como ele; VÍDEO. Vocalista do Judas Priest fala sobre os fãs gays
O Judas Priest encerra um ano movimentado com dois shows em São Paulo: nesta quinta (15), com o Pantera, e no domingo (18), no festival Knotfest – veja serviço abaixo A banda está finalizando um álbum, foi homenageada no Hall da Fama do Rock e retomou a turnê para celebrar 50 anos de carreira.
A voz de Rob Halford apareceu esse ano até no filme “Metal Lords”, história de adolescentes excluídos fãs de metal. Aos 71 anos, o vocalista do Judas Priest mantém o fôlego para cantar e ainda refletir sobre seu trabalho em entrevista ao g1.
A turnê de 50 anos deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiada por causa da pandemia. Halford contou em outubro desse ano que, no mesmo período, tratava um câncer de próstata, do qual está totalmente recuperado.
Na entrevista, ele falou sobre o próximo álbum, contou como conheceu o Slipknot (parceiro de festival) e elogiou “Metal Lords”. O filme presta um papel importante ao falar sobre “bullying e aceitação”. É o mesmo papel que ele teve ao sair do armário em 1998 e virar exemplo para fãs de metal, Rob reflete.
Veja um trecho no vídeo acima e leia a conversa abaixo:
g1 – Na cerimônia de introdução do Judas Priest ao Hall da Fama do Rock neste ano, Alice Cooper disse que vocês são a “banda de metal definitiva”. Qual é essa definição do heavy metal para você?
Rob Halford – Foi legal ele dizer isso. O Alice é meu vizinho em Phoenix. Acho que ele quis dizer que o Judas Priest estava lá no começo do heavy metal. Não tinha outra banda além do Black Sabbath. Nós construímos o metal do nada. Não tinha ninguém para se inspirar ou influenciar.
Sei que o Alice falou também sobre o lado visual. Isso também era novo. A gente tinha o poder musical, mas não tínhamos o visual no começo. Parecia desconectado.
Então viemos com o couro, a moto e tudo mais. Aí a imagem estava completa. Acho que ele quis dizer que, com a combinação desses elementos, o Priest se tornou a banda de metal definitiva.
g1 – Por falar em definição, ouvi você dizerem que o próximo álbum tem um estilo mais “progressivo” que o “Firepower” (2018). É isso?
Rob Halford – É difícil falar sobre música, definir com uma palavra só é muito limitado. Mas o que queremos dizer é que o disco tem mais tipos de arranjos e aventuras instrumentais. Temos diferentes dimensões e texturas, coisas que nunca fizemos antes, com uma performance de alto nível. É isso que posso dizer sobre o disco.
g1 – E como está a participação do Glenn Tipton no próximo álbum? [O guitarrista parou de fazer shows por ter a doença de Parkinson, mas ainda participa das criações.]
Rob Halford – O que a gente ama no Glenn é que ele não se entrega. Ele tem um papal de compositor neste novo álbum. Vai ser o mesmo trio de compositores do “Firepower” (2018) e “Redeemer of souls” (2014): Halford, Tipton e (Richie) Faulkner.
Ele é importante, e sua contribuição nas composições é muito presente. A mesma coisa tocando guitarra. Ele faz o trabalho necessário para este álbum, mesmo que ele não consiga sair em turnês, porque é uma coisa muito difícil. Quanto mais velho você fica, maior a demanda física.
Ele vai aparecer nos shows às vezes. Obrigado por perguntar sobre isso, porque é importante as pessoas saberem que o Glenn continua sendo uma figura importante no Judas Priest.
Judas Priest no Monsters of Rock 2015 em SP
Flavio Moraes/G1
g1 – Vocês vão tocar músicas do próximo disco no Brasil?
Rob Halford – É uma grande tentação, mas a nossa gravadora não ia ficar muito feliz. Seria como abrir o presente antes do Natal. Mas o setlist que vamos levar para o Brasil vai ser forte e potente.
g1 – Vocês são os headliners do Knotfest ao lado do Slipknot. Você lembra da sua reação quando a banda apareceu, lá no fim dos anos 90?
Rob Halford – Foi antes da internet, então eu ouvi de amigos que tinha essa banda do Iowa chamada Slipknot. Na época eu morava em San Diego, então eu fui em uma loja da Tower Records.
Eu consegui um VHS deles. Cheguei em casa, dei o play e fiquei grudado na parede: era uma coisa que eu nunca tinha ouvido ou visto antes na vida. Em poucos minutos eu vi que eles iam estremecer o mundo, e que eles tinham um nível musical muito alto.
Eu pensava: esse Corey Taylor tem uma voz ótima, como ele consegue fazer isso atrás da máscara? Vi que eles iam ser uma força dominante, uma banda importante. Hoje não dá para negar essa importância. Então é ótimo estar no festival com eles. Sei que eles são loucos pelo Judas Priest.
g1 – Achei legal a dublagem que você fez como uma “voz da consciência” no filme “Metal Lords”. Isso faz pensar na importância do metal para adolescentes desajustados no mundo todo. O que acha do filme e desta importância?
Rob Halford – Eu amo esse filme, porque ele é sobre o amor pelo metal e como ele te ajuda a superar suas dificuldades. É um filme profundo, muito forte e tocante. Eu falei para o D.B. (Weiss, roteirista do filme): você fez uma coisa importante para o mundo hoje, porque fala sobre bullying e aceitação.
Rob Halford, líder do Judas Priest, se apresenta no Monsters of Rock 2015 em SP
Flavio Moraes/G1
g1 – Por falar em bullying e aceitação, como você lidou e lida quando fãs gays te pedem conselhos?
Rob Halford – Eu estava lendo hoje sobre um jogador de futebol inglês chamado Jake [Daniels], que tem 17 anos e saiu do armário recentemente. Ele disse que não tinha ideia de que ia receber mensagens de mães dizendo: “por causa do que você fez, meu filho conseguiu me dizer que é gay também”.
Ele disse que não esperava isso. E que entendia agora que era uma figura pública, e que as pessoas assistem e ouvem você tentando entender suas mensagens. E isso as faz tomar decisões sobre suas vidas.
Foi a mesma coisa para mim. Quando eu saí do armário oficialmente (outra coisa que aconteceu antes da internet), eu recebi cartas e cartões-postais de todo o mundo de metaleiros dizendo “eu sou como você”, ou “por causa do que você fez, eu consegui contar para minha mãe e meu pai, para meus colegas de trabalho, ou meus amigos da escola’.
Isso é incrível. Você nunca espera que esse tipo de coisa aconteça. Você não pensa nisso por que está sentindo tanta dor por si mesmo… Você está sofrendo porque está se segurando. Então você pensa no que vai fazer por você mesmo. Em primeiro lugar, você tem que amar a si mesmo, e aí espalhar esse amor pelo resto do mundo. Amar a si mesmo é amar sua identidade e sua identidade sexual.
Acho que isso ainda vale hoje. Eu vejo no meu Instagram, no meu Facebook, eu mesmo leio todas as mensagens. Eu vejo o que as pessoas estão dizendo, e é isso que precisamos fazer, porque ainda há um longo caminho para a aceitação completa.
Serviço:
Judas Priest e Pantera
Data: 15 de dezembro de 2022
Local: Vibra
Endereço: Av. das Nações Unidas, 17955 – Vila Almeida, São Paulo – SP, 06142-410
Abertura dos portões: 18h
Horário do show: 20h30
Ingressos: R$ 390 (Pista comum) e R$ 690 (Pista premium), com meia para estudante, no site Eventim.com.br
Knotfest Brasil
Data: 18/12/2022
Local: Sambódromo do Anhembi
Endereço: Av. Olavo Fontoura, 1209 – Santana – São Paulo/SP
Horário: A partir das 11h30
Abertura dos portões: 11h
Ingressos: R$ 850,00 (inteira); R$ 510,00 (ingresso social); R$ 425,00 (meia-entrada legal) no site Eventim.com.br
Knotfest Brasil
Divulgação

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