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Escritores brasileiros assinam quadrinho da editora DC, com heroína nacional nas ruas do Rio de Janeiro

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Carolina Munhóz e Raphael Draccon contam as aventuras de uma das maiores super-heroínas brasileiras do mundo dos quadrinhos: Beatriz da Costa, conhecida como Fogo (Fire, na versão original, em inglês). Capa da HQ DC’s Harley Quinn Romances #1
Reprodução/DC
Dos livros de literatura fantástica ao universo dos super-heróis da DC. Carolina Munhóz e Raphael Draccon, que já estamparam várias listas dos best-sellers mais vendidos no Brasil, agora se aventuram nos quadrinhos. O casal assina uma das oito histórias da HQ “DC’s Harley Quinn Romances #1”, que acaba de ser lançada nos Estados Unidos.
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Essa é uma edição especial de celebração do Valentine’s Day, Dia de São Valentim, comemorado em 14 de fevereiro e considerado o Dia dos Namorados em várias partes do mundo. Diversos super-heróis – de Super-Homen a Aquaman – protagonizam enredos relacionados ao tema, com encontros às cegas, paixões desenfreadas, desejos e muito romance.
Em dez páginas da publicação, na trama “Dating App Disaster” (Desastre no aplicativo de namoro”, em tradução livre), os escritores contam as aventuras de uma das maiores super-heroínas brasileiras do mundo dos quadrinhos: Beatriz da Costa, conhecida como Fogo (Fire, na versão original, em inglês). Ela faz dupla com Gelo (Ice), nascida na Escandinávia, mas que agora entra em ação junto com a amiga nas ruas cariocas.
“É uma jornada das duas passando por pontos turísticos do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que conversam sobre as diferenças do Dia dos Namorados brasileiro (12/6), tão focado no romance, e do americano (Valentine’s day), que engloba amizade, romance, família, em um conceito geral de amor. A Gelo também ajuda a Fogo a conseguir um encontro para o Dia dos Namorados e elas têm acesso a um superaplicativo, uma espécie de Tinder para super-heróis”, conta Carolina Munhóz.
Capa da HQ DC’s Harley Quinn Romances #1
Reprodução/ DC
Acostumados a escrever livros com centenas de páginas, como “Dragões do Éter” (carro chefe de Draccon) e “Feérica” (obra de Carolina Munhóz), e também roteiros como os da série “O Escolhido” (Netflix), os escritores se entregaram pela primeira vez aos quadrinhos – apesar de ser um sonho antigo e ter sido, talvez, o primeiro amor de Draccon, que conhece de trás para frente o universo da Liga dos Super-Heróis.
“Eu ia para a escola e costumava não lanchar ou não usar o dinheiro do ônibus para comprar o Liga da Justiça Internacional, só para poder comprar esse tipo de quadrinho. Então poder olhar isso e fazer parte desse universo tem uma grande importância para mim”, diz Draccon.
Quem é a Fogo e a busca por autenticidade
Cena da HQ DC’s Harley Quinn Romances #1
Reprodução/DC
A história escrita por Draccon e Carol foi desenhada pelo artista, também brasileiro, Ig Guara. Muitos conterrâneos costumam assinar os desenhos da DC, mas o mesmo não pode ser dito dos roteiros, histórias e criação de personagens. Foram poucos os brasileiros que até hoje tiveram essa oportunidade e a chance de trazer autenticidade a personagens criadas para representar o Brasil.
Fogo apareceu pela primeira vez nas produções da Liga Internacional dos Super-Heróis, em 1979, e foi criada pelos americanos Edward Nelson Bridwell e Ramona Fradon. Para essa nova história, os escritores também fizeram uma repaginação da heroína para que ficasse mais brasileira, em todos os sentidos.
Cena da HQ DC’s Harley Quinn Romances #1
Reprodução/ DC
“Ao longo do tempo, ela sofreu vários estereótipos. Já teve histórias que ela falava espanhol, já foi apresentadora de televisão, porque acho que viam a Xuxa e achavam que isso era popular no Brasil. A gente pediu para que o tom de pele dela – que sempre foi bem branco e pálido – fosse mais parecido com o tom de pele brasileiro, mais moreno. A gente quer tornar ela mais autêntica nesse sentido”, comenta Draccon. “Criei também um estilo de luta para ela, baseado no Uru-Can, uma arte marcial criada no exército brasileiro, no Rio de Janeiro. A gente quer colocar o máximo de brasilidade e originalidade para expandir essa personagem tão querida”, diz o escritor.
Universo da diversidade
O fortalecimento de heróis e heroínas internacionais atende à demanda de maior representatividade e diversidade, e essas adaptações com artistas locais assinando personagens mais autênticas se mostram, mais do que nunca, necessárias, mesmo se o assunto é ficção e fantasia. Tornam-se uma oportunidade para os artistas que trilham seus espaços, ao mesmo tempo que serve para corrigir erros do passado e buscar até uma reparação histórica.
“Essa nossa primeira história dentro da DC está sendo a nossa abertura no mundo dos quadrinhos e a gente espera poder trazer mais histórias da Fogo e Gelo e de outras personagens também. Isso que está sendo bacana, porque eles nos deram abertura para poder pensar em histórias até de personagens mais tradicionais, porque não é todo dia que você consegue ver vozes tão diferentes das que eles estão acostumados nesse mundo”, conta Carol.
Agora é aguardar as próximas aventuras, tanto de Fogo e Gelo, quanto de Raphael e Carol. Se a personagem brasileira pode saltar para as telas, ainda é uma interrogação, mas os escritores já estão preparados para os próximos episódios, em qualquer formato. “O universo está desenvolvido, a história está pronta. É só eles falarem que sim”, salienta Carol.
A antologia “DC’s Harley Quinn Romances #1” está disponível nos Estados Unidos, em inglês, na versão impressa. Em diversos países, a revista já pode ser encontrada também nas plataformas digitais, na versão eletrônica. Ainda não há data para lançamento no Brasil, em português.

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