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Mulheres podem ser machistas? Comportamento de Key Alves levanta debate; entenda

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Especialista explica que, ainda que a colaboração entre mulheres seja muito maior, o recorte que mais entra em pauta é o da rivalidade.
g1
No início da semana, uma conversa entre os participantes do ‘BBB23’ Fred Nicácio, Key Alves e Gustavo Cowboy chamou a atenção do público. O trio ofendeu a sister Larissa Santos, e chegou a usar termos como “piranha” e “cachorra” para descrevê-la.
Entre os vários comentários sobre o episódio, que repercutiu nas redes sociais, mulheres que acompanham o reality saíram em defesa de Larissa e se mostraram impressionadas com o posicionamento de Key Alves (que já esteve envolvida em conflito com outras participantes, como Bruna Griphao).
Para entender como se dá o comportamento machista entre mulheres e o conceito de rivalidade feminina, o g1 conversou com Joanna Burigo, autora do livro “Patriarcado Gênero Feminismo”.
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Mulheres podem ser machistas?
“O machismo não é atrelado a nenhuma essência biofisiológica”, comenta Joanna. A escritora define o machismo “como as ações de um sistema misógino” e diz que “as mulheres machistas são parte intrínseca da manutenção de valores patriarcais.” Diz também que, sim, mulheres podem ser machistas.
Quando Joanna Burigo fala sobre “manutenção do sistema”, ela se refere ao patriarcado como uma estrutura, “um sistema com uma série de mecanismos”.
“A gente valoriza muito a aparência das mulheres na sociedade. Um exemplo concreto disso foi o da Madonna no Grammy Awards. Muita gente a colocando em um tom de objeto, ‘meu deus que horror o rosto da Madonna.’ Por que isso é machista? Porque a gente não faz isso com homens da mesma maneira”, explica.
Rivalidade feminina
Tanto as críticas a Madonna quanto as ofensas a Key Alves partem deste lugar de onde o machismo consegue ser preservado e replicado. E assim, pondera Joanna, “não é difícil relacionar a rivalidade feminina com o machismo por causa disso, porque a manutenção dessa história mantém as mulheres uma contra as outras”.
Mas, de acordo com a especialista, é preciso fazer uma análise um pouco mais profunda sobre as mulheres na sociedade. A escritora aponta que “são as alianças entre as mulheres que sustentam uma série de estruturas, como, por exemplo, o cuidado com crianças e idosos”.
Ainda que esta colaboração, que esta aliança entre mulheres seja muito maior, o recorte feminino que mais entra em pauta é o da rivalidade.
“São coisas concretas feitas por mulheres e entre mulheres, muito frequentemente para mulheres. Isso existe muito mais do que a rivalidade. A gente ouve muito mais a história da rivalidade do que a história do que as mulheres têm feito e efetivamente fazem para aprimorar as vidas umas das outras”.
O papel do feminismo
Enquanto reflete sobre a rivalidade entre mulheres, Joanna Burigo cita a escritora e ativista feminista americana Marie Shear: “o feminismo é a ideia radical de que mulheres são gente”. Isto, observa Joanna, para o bem e para o mal. “Então é óbvio que mulheres sendo gente podem ser competitivas ou rivais umas das outras, somos humanas”.
Ela sugere, então, um olhar para o feminismo negro, que ajuda a enxergar a aliança entre mulheres como forma de empoderamento e libertação.
“O feminismo é necessário porque ainda estamos longe de obter paridade em todos os âmbitos da sociedade, e o mundo governado por uma maioria de homens cis brancos não é exatamente um mundo justo”, conclui.
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