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Germano Mathias, um bamba de Sampa e do samba sincopado

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Cantor deixa álbum inédito ao morrer aos 88 anos, vítima de pneumonia. ♪ OBITUÁRIO – Era comum ver Germano Mathias (2 de junho de 1934 – 22 de fevereiro de 2023), um dos ícones do samba de São Paulo, com uma lata de graxa na mão. Marcar o ritmo de um samba em latas de graxa era uma singular habilidade do artista paulistano que fez dele um dos maiores mestres do samba sincopado.
Não por caso, foi do cantor a gravação a mais conhecida do samba Lata de graxa (Mário Vieira e Geraldo Blota, 1954), feita em 1958, quatro anos após a composição ter sido lançada nas vozes do grupo Vagalumes do Luar.
Em atividade profissional desde 1955, Germano Mathias saiu de cena nesta Quarta-feira de Cinzas, aos 88 anos, vítima de pneumonia contraída em decorrência de pneumonia.
As primeiras latas de graxa foram dadas nos anos 1950 pelos engraxates com quem Germano Mathias convivia na Praça da Sé, cartão postal de São Paulo (SP), cidade natal do artista, filho de imigrantes portugueses. Mas o dom de realçar o balanço de um samba já parecia ter nascido com Germano, tal a destreza com que manuseava o improvisado instrumento de percussão.
Germano Mathias representou para o samba de São Paulo (SP) o que Moreira de Silva (1902 – 2000) simbolizou para o samba da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Ambos personificaram o malandro do bem. Não é por acaso que sambas como Malandro de araque (Rafael Gentil e F. M. Cabral, 1959) fizeram parte do repertório do cantor, que também era compositor, autor de sambas como Seu cochilo (1971) e Malandro não vacila (2014).
O título de um dos álbuns mais importantes de Germano, O catedrático do samba (1968), acabou virando o epíteto desse cantor, intérprete de vários sambas do colega carioca Zé Kétti (1921 – 1999) e do conterrâneo Mateus Nunes (1920 – 1971), o Caco Velho.
Torcedor apaixonado do Corinthians, clube paulistano de futebol que emitiu nota de lamento sobre a morte do artista, Germano Mathias deixa álbum inédito, do qual já foram extraídos dois singles, Já foi meu Carnaval (2022) e Batalhando (2022), ambos editados no ano passado como prévia do disco.

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