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Bebeto Castilho, sagrado cantor e músico do Tamba Trio, morre no Rio aos 83 anos

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Cultuado por nomes como Caetano Veloso pelo canto cool, o artista carioca deixa discos como ‘Amendoeira’, produzido pelo sobrinho Marcelo Camelo. Bebeto Castilho (1939 – 2023) em foto promocional do álbum ‘Amendoeira’, de 2006
Divulgação
♪ OBITUÁRIO – Ao qualificar como “histórico e sagrado” o segundo álbum solo de Bebeto Castilho como cantor, em texto escrito para apresentar o disco Amendoeira (2006), Caetano Veloso ecoou senso comum em nicho musical brasileiro sobre Adalberto José de Castilho e Souza (13 de abril de 1939 – 10 de março de 2023).
Morto na noite de ontem aos 83 anos, na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ), vítima de mal súbito, o músico e cantor carioca Bebeto Castilho deixa obra cultuada por apreciadores da bossa e do canto cool.
Castilho foi cantor bissexto no Tamba Trio, grupo do qual foi baixista, flautista, saxofonista e eventual vocalista de 1962 a 1975 (e posteriormente nos retornos do trio, acontecidos entre 1982 e 1984 e entre 1989 e 1992).
Em 1976, o artista lançou o primeiro álbum solo, Bebeto, LP em que deixou impressa nos sulcos do vinil a sofisticação do canto sutil, inserido no disco como elemento harmônico no arranjo das músicas – lição aprendida com João Gilberto (1931 – 2019) – sem exacerbações, vibratos e dramatizações.
O segundo álbum solo de Bebeto sairia somente 30 depois, se situando entre o samba-jazz e a bossa matricial. Foi o já mencionado Amendoeira, disco orquestrado com produção musical de Marcelo Camelo, sobrinho de Bebeto e compositor do samba-título Amendoeira.
Entre um disco solo e outro, Bebeto acompanhou como músico polivalente – de notória habilidade no toque do saxofone, da flauta e do contrabaixo – artistas do quilate de Chico Buarque, Edu Lobo, João Donato, MPB4, Nara Leão (1942 – 1989) e Sergio Mendes, entre muitos outros.
Antes de formar o Tamba Trio com o pianista Luiz Eça (1936 – 1992) e o baterista Hélcio Milito (1931 – 2014), Bebeto Castilho atuou no conjunto do pianista Ed Lincoln (1932 – 2012), com o qual entrou em cena em 1955.
A estreia em disco aconteceu em 1959, ano em que a gravadora editou Bossa é bossa, EP do efêmero Conjunto Bossa Nova, sexteto carioca integrado por Bebeto Castilho ao lado de nomes como Roberto Menescal, Luiz Carlos Vinhas (1940 – 2001) e Hélcio Milito, futuro companheiro do artista no Tamba Trio.
Ao sair subitamente de cena ontem à noite, a um mês de completar 84 anos, Bebeto Castilho deixa legado histórico e sagrado para quem soube apreciar a bossa do instrumentista e as sutilezas do cantor.
Capa do primeiro álbum solo de Bebeto Castilho, ‘Bebeto’, editado em 1976
Reprodução

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