Acervo digitalizado inclui ideias sobre o mundo e lembretes do cotidiano do cantor e compositor pernambucano, que faria 57 anos nesta segunda (13). Chico Science em autorretrato
Acervo Chico Sciente/Divulgação
Para onde fosse, o cantor e compositor Chico Science (1966-1997) costumava levar um caderno em que registrava ideias, letras de música, recados e lembretes. Essas anotações foram digitalizadas e reunidas num site lançado no Recife nesta segunda-feira (13), data que marca os 57 anos de nascimento do artista pernambucano.
O material está disponível na internet. Ao todo, 27 cadernos estão sendo digitalizados, além de centenas de folhas com escritos avulsos feitos pelo músico, morto num acidente de carro em fevereiro de 1997.
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A produção executiva do projeto é assinada pela irmã de Chico, Maria Goretti de França, que também é responsável pela curadoria, ao lado da filha de Science, Louise França, e Sonaly Macedo.
A iniciativa foi financiada com recursos do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura).
Em entrevista ao g1, Goretti contou que o acervo inclui não só o processo de criação artística, mas também anotações do cotidiano, como bilhetes, cartas, conteúdos sobre sua visão de mundo e até listas de compras.
“Depois que ele morreu, fiquei tomando conta do acervo e entendi que os cadernos eram o que tinha de mais frágil porque aquilo iria se perder com o tempo. É uma alegria disponibilizar esse material na internet porque, assim, a gente compartilha Chico com o mundo”, comenta.
Ainda segundo Goretti, os escritos acompanham a biografia de Science em momentos muito distintos e não seguem uma ordem cronológica.
“Alguns têm data, outros não, e a gente vai vendo todos esses períodos, desde quando ele tinha a banda Orla Orbe. Você ganha uma certa intimidade com Chico”, observa.
Até o momento, sete cadernos foram digitalizados e estão disponíveis no site. A cada três meses, a plataforma será atualizada com a publicação de mais sete brochuras.
Legado
Francisco de Assis França, o Chico Science, foi um dos criadores do movimento Manguebeat – criado na década de 1990 e que revolucionou a música pernambucana com a mistura de ritmos regionais ao rock, pop, hip hop, música eletrônica – numa sonoridade original.
Capa do álbum ‘Da lama ao caos’, de Chico Science & Nação Zumbi
Arte de Dolores & Morales
Chico Science liderou a banda Chico Science & Nação Zumbi, deixando dois discos gravados com o grupo: Da Lama ao Caos e Afrociberdelia.
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A vida do artista foi encerrada de forma brusca num acidente de carro em 1997. Em 2 de fevereiro daquele ano, o carro que Chico dirigia – um Fiat Uno Mille – sofreu um acidente na altura do Memorial Arcoverde, entre o Recife e Olinda. O carro bateu num poste e ficou totalmente destruído.
Após perícia, foi constatado que o veículo apresentou uma falha no cinto de segurança. A família do artista processo a montadora e ganhou uma indenização, após 10 anos de disputa judicial.
Chico Science morreu com apenas 30 anos, mas deixou um legado artístico que se mantém e ainda influencia gerações de músicos.
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