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Oscar 2023: brasileiro produziu ‘Nada de novo no front’, filme vencedor de quatro estatuetas

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Produção venceu nas categorias de melhor filme internacional, fotografia, direção de arte e trilha sonora original. Produtor mineiro integra equipe de filme vencedor de quatro categorias do Oscar 2023
Arquivo Pessoal
Daniel Dreifuss comemora nesta segunda-feira (13) algo que ronda o imaginário de profissionais brasileiros, mas que ainda parece distante para a maioria: vencer uma categoria do Oscar, a maior premiação do cinema mundial. Na noite deste domingo (12), ele vivenciou esta sensação não apenas uma, mas quatro vezes.
O produtor belo-horizontino, de 44 anos, integrou a equipe de “Nada de novo no front”, segundo filme com maior número de estatuetas no Oscar deste ano, sendo superado apenas por “Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo”, que levou para casa sete delas.
A produção venceu nas categorias filme internacional, representando a Alemanha, direção de arte, trilha sonora e fotografia. O filme dirigido por Edward Berger foi um dos mais aclamados desta edição, indicado nove vezes.
O história acompanha um soldado alemão durante a Primeira Guerra Mundial e é baseado nas memórias de Erich Maria Remarque (1898-1970), autor do romance homônimo.
“Lembro de assistir ao Oscar lá na minha casa, no Sion, mas era outro mundo. Estar do lado de dentro do teatro, com algo que é fruto do meu trabalho, eu não imaginava. Espero que isso inspire outras pessoas”, disse o produtor.
Daniel recebeu o roteiro do filme em inglês, em 2013, e chegou a tentar emplacar daquela forma em Hollywood. Com o tempo, percebeu que o melhor caminho para o projeto era outro.
“Falei com os roteiristas para voltarmos ao texto original, em alemão, para fazermos uma versão mais visceral, mais europeia”, contou ao g1.
O mineiro sempre teve uma ligação especial com o texto. O avô, alemão, lutou na Primeira Guerra Mundial e foi ferido na frente de batalha.
“O filme mostra a estupidez dessa guerra. Quando eu vi o roteiro, me identifiquei imediatamente. Essas pessoas viviam em mim, estavam na minha história, na minha família”, afirmou.
Antes de Hollywood
Daniel se recorda com carinho de quando a mãe o levava para sessões de cinema em Belo Horizonte.
“Me lembro bem das sessões no Pathé, no Acaiaca, no Royal, no Joia. Minha mãe me levava para ver grandes filmes franceses e italianos… Na adolescência, frequentava o Belas Artes e o Usina. Pena que hoje muitos viraram shoppings, igrejas e estacionamentos. Os cinemas de rua estão acabando”, lamenta.
No início da juventude, se mudou com a família para o Rio de Janeiro, onde acabou estudando Cinema. Após a morte do pai, se mudou para Los Angeles, nos Estados Unidos. O início da carreira por lá, não foi fácil.
“Cheguei com apenas duas malas, não tinha conexões, ninguém da inha família fazia cinema. Foi uma longa e dura jornada. Acredito que a transparência nas relações, meus valores e ideias tenham me ajudado a chegar até aqui”, diz.
O belo-horizontino em uma das mais disputadas festas pós-cerimônia, a da Vanity Fair
Arquivo Pessoal
Perguntado se atuaria em uma produção brasileira e, quem sabe, ajudaria o país a levar a tão cobiçada estatueta com um filme nacional, Daniel foi enfático.
“Seria uma honra enorme, adoraria produzir no Brasil. Não para vencer o Oscar, mas pelo trabalho em si. Sinto falta de projetos de streaming com maior ambição artística”, afirma.
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