Trio do interior de MG com nome inspirado nos Panteras Negras abriu Rock in Rio 2022 com protesto e mistura de punk, heavy metal e letras engajadas. Agora, eles tocam no festival em SP. Vocalista do Black Pantera interage com o público na abertura do Rock in Rio
Fernando Schlaepfer/Rock in Rio
O primeiro show do Rock in Rio em 2022 foi de uma banda de Uberaba, no Triângulo Mineiro, pouco conhecida da maior parte do público que foi ver Iron Maiden e Dream Theater.
A mistura de heavy metal, punk e letras antirracistas foi uma das melhores surpresas da edição do festival no Rio. Agora, eles tocam no Lollapalooza 2023, em São Paulo.
VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO LOLLAPALOOZA 2023
Panteras Negras e James Brown
O nome do grupo é inspirado no partido revolucionário norte-americano Panteras Negras, criado em 1966 para combater a opressão do povo negro.
A banda foi criada em 2014 pelo guitarrista e vocalista Charles Gama, que se juntou ao baixista Chaene Gama e ao baterista Rodrigo Pancho.
Eles fazem uma mistura de rock pesado influenciados por Bad Brains, Rage Against the Machine, Motorhead, James Brown, Tupac e outros.
Black Pantera durante show do Rock in Rio
Mauro Pimentel/AFP
Rodinhas e homenagem a Elza
O show do Rock in Rio teve uma homenagem a Elza Soares, com a versão pesada de “A carne”. O público respondeu bem a músicas como “Padrão é o caralho”,”Mocha”, “Godzilla” e “Taca o foda-se”.
Durante toda a apresentação de pouco menos de uma hora, foram cumpridas todas as tradições características dos shows de metal – “rodas-punks” e interação direta do público com a banda
O show ainda contou com a participação do Devotos – grupo seminal do punk de Pernambuco. Juntas, as bandas tocaram “De andada”, “Eu tenho pressa”, “Abre a roda” e “Fé demais”.
Além disso, ao longo de toda a performance, o público direcionou impropérios ao então presidente Jair Bolsonaro.
Fala, Pantera
Black Pantera
sete77sete / Divulgação
“Quando falamos em fogo nos racistas, falamos em expor e queimar o preconceito. A ideia é que toda pessoa que luta contra isso traga esse fogo dentro de si”, disse Chaene da Gama na época do lançamento de “Fogo nos racistas” – leia mais no blog de Mauro Ferreira.
“Usaremos nossa voz para contribuir para um mundo melhor. Não basta não ser racista; é preciso ser antirracista, e isso vai além de não ofender ou atacar pretos, vai na destruição dessa estrutura. E só conseguiremos isso se a sociedade como um todo se engajar e apoiar essa luta, leis mais rígidas para combater o preconceito, políticas afirmativas e etc. Isso tem que ser pra ontem”, disse Chaene ao g1 Triângulo e Alto Parnaíba sobre a preparação para o show no Lollapalooza.