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Show de banda norueguesa acusada de ‘práticas discriminatórias’ é cancelado momentos antes de apresentação, no DF

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MPF e MPDFT recomendaram que show não acontecesse. G1 tenta contato com casa de show e banda de black metal Mayhem. Vocalista da banda Mayhem durante apresentação em 2008, em imagem de arquivo
Reprodução/Wikimedia Commons
O show da banda norueguesa de black metal Mayhem foi cancelado horas antes da apresentação marcada para acontecer na noite desta quarta-feira (22), no Toinha Brasil Show, no Guará, no Distrito Federal. O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do DF (MPDFT) recomendavam a suspensão do show por supostas “práticas discriminatórias” (veja detalhes abaixo).
O anúncio foi registrado em uma rede social. “Estou dizendo com o coração partido, porque, além de fã da banda, batalhei muito. A gente tentou em todas as instâncias federais, no TJDF, na promotoria e, infelizmente, é isso. Sou informador de más notícias, queria ser de boas notícias”, afirmou um homem que não foi identificado.
Ele disse ainda que o local ficaria aberto para quem quisesse permanecer. Não há informações sobre reembolso dos ingressos. O g1 procurou a casa de show Toinha Brasil Show e a banda Mayhem, mas não houve retorno até a última atualização desta publicação.
Até as 19h desta quarta-feira, o show ainda estava confirmado. “O show da banda Mayhem está autorizado e confirmado em Brasília. Hoje a banda promete uma noite histórica na capital”, disse a casa de show em uma rede social.
Na manhã, os ingressos eram vendidos entre R$ 150 e R$ 360. Já próximo ao horário da apresentação, marcada para 21h30, a entrada passou a custar R$ 200.
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Recomendações
Além de recomendar que o show não acontecesse, o MPF e o MPDFT pediram que a venda dos ingressos fosse suspensa pela casa de shows.
“Há evidências de que integrantes e ex-integrantes da banda estão envolvidos com apologias neonazistas, suicídio, canibalismo e assassinato, além de diversos tipos de violências e discriminações, incluindo queima de igrejas, referências à extrema violência, incitação à mutilação, declarações racistas e antissemitas, entre outros”, diz a recomendação, assinada por promotores.
No Distrito Federal, o documento pedindo o cancelamento foi enviado para a Administração Regional do Guará, onde fica a casa de shows, para a Secretaria de Segurança Pública e para as empresas envolvidas na produção do evento.
No texto, os promotores afirmam que a liberdade de expressão “tem relevante papel no Estado Democrático de Direito”, mas não pode implicar “na aceitação jurídica da promoção de discurso de ódio e/ou do ataque, em espaço público ou privado, de qualquer indivíduo, grupo ou coletividade”.
O MPDFT disse que foi acionado na quinta-feira (16), por representantes de movimentos sociais que lutam contra o racismo e o antissemitismo. O MPF foi então consultado para expedir a recomendação conjunta, “tendo em vista a gravidade dos fatos noticiados e a inadmissibilidade da realização desse tipo de evento no Distrito Federal ou em qualquer lugar do mundo”.
Ao g1, a banda negou as acusações e disse que a Mayhem não tolera “crimes de ódio”. Informou ainda que é “uma entidade apolítica com milhares de fãs em todo o mundo, de todos os tipos de origens e com todos os tipos de crenças, ideias e preferências”.
O grupo disse que “nem a banda nem nenhum de seus membros toleram racismo, nazismo, homofobia ou qualquer outro ‘crime de ódio’. Embora algumas declarações contrárias tenham circulado no passado por membros individuais, isso está longe, no passado, e também nunca foi uma forma de postura oficial da banda”.
A banda também declarou que “qualquer forma de julgamento baseado apenas no histórico de uma pessoa, cor da pele, preferência sexual ou qualquer outra coisa sobre a qual ela não possa ter controle é um ato de fraqueza e é rejeitado pela banda”.
Polêmicas
Formada em 1984 pelo guitarrista Euronymous – pseudônimo de Øystein Aarseth, o baixista Necrobutcher e o baterista Manheim, a banda Mayhem já protagonizou diversas polêmicas. O grupo foi um dos integrantes do “Inner Circle” (Círculo Negro), que pregava, dentre seus ideais, ódio contra o cristianismo.
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

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