Iniciativa da família da cantora, a premiação é a primeira dedicada exclusivamente ao gênero musical mais popular do Brasil. ♪ ANÁLISE – De todas as iniciativas da família de Marília Mendonça (22 de julho de 1995 – 5 de novembro de 2021) para manter vivo o legado da artista goiana, a mais importante a longo prazo é a criação de um prêmio de música sertaneja com o nome da cantora e compositora.
Se houver continuidade, o Prêmio Marília Mendonça de Música Sertaneja – cuja primeira edição está prevista para acontecer no segundo semestre deste ano de 2023, em Goiânia (GO), uma das mecas da indústria do sertanejo – tem tudo para contribuir decisivamente para a preservação da memória e das conquistas profissionais da artista.
Durante a década que permaneceu em cena, de 2011 a 2021, primeiramente como compositora e a partir de 2014 também como cantora, Marília Mendonça puxou o movimento rotulado como Feminejo.
É que o cancioneiro autoral de Marília versou sobre amor e dor de corno, assuntos recorrentes na música do Brasil e do mundo desde os primeiros acordes de viola, só que a compositora deu voz ativa às mulheres nas letras, em atitude inédita no universo sertanejo, território historicamente masculino.
Como a música sertaneja costuma ser relegada a nichos em premiações mais tradicionais como o Grammy Latino e o Prêmio da Música Brasileira, sem jamais ser representada nas principais categorias, a criação do Prêmio Marília Mendonça de Música Sertaneja também cumprirá a função de dar relevo e uma importância oficial a um gênero musical extremamente popular, mas habitualmente minimizado em outros eventos e também pelos balanços anuais dos críticos de música.
Não por acaso, o Prêmio Marília Mendonça é o primeiro criado no Brasil com foco exclusivo no gênero sertanejo. Se os principais cantores e duplas do gênero aderirem ao prêmio na primeira edição, a iniciativa tem tudo para se tornar importante e tradicional, mantendo em evidência o nome de Marília Mendonça.
