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Deekapz: Conheça duo promissor de eletrônica que vai levar funk e música brasileira ao Lollapalooza

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Além de funk, duo deve tocar remixes de Duda Beat e Luísa Sonza no festival. Ao g1, eles comentam baixo número de DJs negros no line-up: ‘Somos resistência até nisso’. Deekapz
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Matheus Henrique e Paulo Vitor têm quase 10 anos de carreira como um duo de música eletrônica. Juntos, eles formam o Deekpaz e estreiam no Lollapalooza neste domingo (26), no Palco Perry.
Nascidos no interior de São Paulo, os DJs misturam funk e música brasileira com grooves e beats suingados.
Eles não gostam de definir qual linha seguem, preferem o “open format”, mas os sets não são nada genéricos.
“Nós somos DJs de música. A gente toca tudo que a gente gosta de ouvir e de fazer. A graça é ser open format mesmo, tocar de tudo um pouco desde house até o funk. É essa ‘maluquice’ que dar o ar de autenticidade, que foge do óbvio”, explica Paulo em entrevista ao g1.
Bem relacionados, eles lançaram recentemente remixes de “Mamacita”, de Luísa Sonza, e “Mais Ninguém”, de Duda Beat. Ambas as faixas devem estar no set deste domingo.
O duo também está no novo álbum do Rubel, na faixa “Rubelía”.
Mas o carro-chefe do duo no show do Lolla vai ser tocar funk, gênero sempre presente no set da dupla.
“A graça é sim carregar o funk, porque é um gênero nacional nosso, 100% brasileiro. É também uma forma da gente defender o nosso trabalho lá fora”, diz Paulo Vitor.
“Desde o começo era na música brasileira que a gente de certa forma buscava um pouco da sonoridade. A gente precisa carregar e ter sempre do lado”, explica Mateus.
Cena eletrônica elitista e branca
Deekapz vai estrear no Lollapalooza neste domingo (26)
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Há um ano, o Deekapz lançou a festa 0800, onde tocam dentro de um bar virado para a rua. O propósito é democratizar o acesso à música eletrônica e, principalmente, dar oportunidade a novos DJs.
As primeiras rolaram no centro de São Paulo e atraíram mil pessoas, segundo os DJs.
Questionados se sentem que a cena da música eletrônica é elitista e racista, a resposta é direta:
“Tem muita gente branca no game, principalmente gente branca que quer rotular a gente. Nosso papel é justamente provocar, questionar e principalmente ocupar esses espaços. Ocupar, persistir e espalhar a palavra da melhor forma. Somos resistência até nisso”, explica Paulo.
No Lollapalooza, isso também fica claro. Das 30 atrações do palco de eletrônica, apenas quatro são formadas por negros, menos de 15%.
“Está pouco. Isso só mostra o quão o movimento é com a gente, sabe? Não basta a gente só ser talentoso, tem que ser bonito, tem que entregar o dobro, o triplo, 10x mais para chegar nos espaços onde estamos chegando”, diz Paulo.
“Peço que principalmente aos curadores, que eles sejam mais abertos e dispostos a escutarem outros artistas que não estão na mesma bolha. É fácil se encantar com os charts, mas vai lá na festa nossa conhecer os outros DJs que tocam…”, aconselha.
Matheus completa: “Espero que o número aumente cada vez mais. Queria que o line fosse quase todo [preto], não existe essa possibilidade, mas o número tem que crescer”.
Por isso a oportunidade de tocar no festival é tão celebrada. “São dois pretos de periferia bairro de invasão, cidade do interior. Não estou falando que é impossível, só que foi um corre, tá ligado?”, finaliza Paulo.

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