Capa do EP ‘Pano pra alma’, de Isabela Moraes
Arte de Luciana Andrade
Resenha de EP
Título: Pano pra alma
Artista: Isabela Moraes
Edição: Deck
Cotação: ★ ★ ★
♪ Isabela Moraes é cantora e compositora que arde na fogueira das paixões. Três anos após o terceiro álbum, Estamos vivos (2020), disco que frustrou expectativas ao repercutir pouco fora das fronteiras de Pernambuco, estado natal da artista nascida em Caruaru (PE) em agosto de 1980, Isabela reaparece com o EP Pano pra alma.
A ardência do atual disco é mais sutil. Gravado com produção musical de Juliano Holanda (violões e guitarras), piloto do disco de 2020 em função dividida com Rafael Ramos, o EP Pano pra alma apresenta quatro inéditas músicas autorais. Os destaques do lote são as duas primeiras faixas.
Parceria de Isabela com Juliano, Ela esqueceu meu nome é balada envolvente, cantada por Isabela com delicadeza que valoriza o arranjo. Sobre sábado é outra boa balada, levada no mesmo fogo brando da faixa inicial, e com cacife para enredar os apaixonados por canções de amor. Já Ciúme bate na trave pela trivialidade.
Fechando o EP, cuja capa expõe Isabela Moraes no traço da artista Luciana Andrade, a música-título Pano pra alma eleva a temperatura do disco numa gravação de tom mais rascante que roça a atmosfera roqueira.
“O pano da aparência / Cobria o que eu queria mostrar / Mostrava o que eu queria cobrir / Eu vim buscar mais pano / Pano pra minha alma / O pano que me veste / Me cobre e me acalma / O meu tecido antigo desbotou / O meu remendo o tempo já rasgou”, avalia Isabela, dando voz aos versos da letra mais inspirada do disco gravado por Marcos Mello no estúdio Carranca, no Recife (PE), com os toques dos músicos Rapha B (bateria) e Rogê Victor (baixo elétrico e baixo acústico).
Em que pesem os bons momentos, o EP Pano pra alma sinaliza que talvez seja hora de Isabela Moraes tentar outra costura em discos futuros, talvez equilibrando canções autorais e músicas alheias para alcançar resultado mais coeso.
