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Assédio sexual no Big Brother da Espanha leva a condenação de participante à prisão

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José María López assediou uma participante do reality show em 2017 após uma festa regada a álcool. Ele foi condenado a 15 meses de prisão. Atenção: esta reportagem contém algumas descrições perturbadoras.
Um ex-participante do Big Brother Espanha foi condenado a 15 meses de prisão por agredir sexualmente uma colega de programa.
José María López assediou uma participante do reality show em 2017 após uma festa regada a álcool.
A filmagem nunca foi ao ar e López foi expulso do show após o ataque.
O juiz disse que Lopez esteava “movido por um impulso libidinoso” e tinha consciência de que a vítima estava “embriagada”.
A vítima denunciou o incidente à polícia em 2018. O julgamento deveria começar em fevereiro de 2022, mas foi adiado porque ela não se sentiu em condições de testemunhar.
Antes do ataque, López e a mulher mantinham um relacionamento dentro da casa do Big Brother.
O juiz disse que López tirou as calças da vítima enquanto os dois dividiam a cama, antes de fazer “movimentos sexuais” sob o edredom.
A vítima disse “não posso” antes de “os movimentos obscenos do réu continuarem por vários minutos, até que o rosto e o braço da vítima foram descobertos, revelando seu estado inconsciente, levando [os produtores do programa] a intervir”, segundo o despacho do juiz.
López disse que não percebeu que sua vítima estava inconsciente.
O juiz afirmou que López tratou a vítima como um “brinquedo sexual”, “sem que houvesse a menor sombra de consentimento e, consequentemente, de liberdade da parte dela no que aconteceu”, segundo reportagem do jornal espanhol El País.
Na manhã seguinte, os produtores mostraram à vítima o vídeo da agressão na sala chamada confessionário.
Apesar de López ter recebido uma sentença de 15 meses, não está claro se ele será de fato preso. Segundo a lei espanhola, as pessoas que recebem uma sentença inferior a dois anos e não têm antecedentes criminais nem sempre têm que cumprir pena na prisão.
O juiz também impôs uma ordem de restrição de quatro anos a López, período durante o qual ele não pode entrar em contato com a vítima. Ele foi condenado a pagar a ela 6 mil euros (R$ 32 mil).
A produtora espanhola que realizou o show, a Zeppelin Televisión SA, também terá que pagar uma indenização por “danos morais” causados por não ter prestado apoio suficiente à vítima.
A agressão só se tornou pública dois anos depois do fato, quando um site de notícias espanhol, El Confidencial, divulgou imagens do momento em que os produtores mostraram à vítima o vídeo da agressão.
O Big Brother foi criado na Holanda, em 1999.
Ao longo dos anos, o programa esteve envolvido em diversas polêmicas. Em 2006, dois competidores do sexo masculino foram removidos na Austrália por agredirem uma mulher.
No Brasil, onde uma versão brasileira do programa é exibido na TV Globo, dois participantes foram expulsos da casa no mês passado: Antônio Carlos Júnior e Guilerme Aparecido Dantas Pinho, conhecidos como Cara de Sapato e MC Guimê.
Em uma festa, MC Guimê passou a mão no corpo de uma participante sem o seu consentimento. Cara de Sapato deu um beijo e fez contatos físicos forçados em uma participante. A Polícia do Rio abriu um inquérito para apurar se eles cometeram crime de importunação sexual.
Em 2012, o modelo paulista Daniel Echaniz foi eliminado do jogo por “grave comportamento inadequado”. Uma investigação policial posterior concluiu que não houve crime.
Como a vítima soube do ataqueUm vídeo publicado pelo site espanhol El Confidencial revela o diálogo entre os produtores do Big Brother e a vítima no momento em que ela soube que havia um vídeo da agressão.
O diálogo acontece entre a vítima e uma voz que conversava individualmente com os participantes confinados na casa.
Vítima: As pessoas vão ver isso? (A narração promete que as imagens não serão mostradas ou compartilhadas de forma alguma). Onde ele está?
Voz: José María foi expulso definitivamente.
Vítima: Então eu não consigo nem conversar com ele, né?
Voz: Não. Queremos que você saiba que a organização não tolera esse tipo de comportamento.
Vítima: Nem eu tolero isso — como poderia? O que parece injusto é que não posso falar com ele porque ele não me disse nada. Bem, você sabe que ele não me contou; você sabe muito bem.
Voz: Queremos que saiba que tem todo o nosso apoio, psicológico e familiar.
Vítima: Eu não quero falar com um psicólogo. Eu quero conversar com meus amigos lá fora [na casa do Big Brother]. E eu preciso que você me assegure de que isso não será transmitido porque, obviamente, vou falar sobre tudo isso.
A Voz recusa seu pedido para ver seus colegas de casa.
Voz: Para você e José María, este assunto não deveria sair desta sala.
Ela implora para sair da sala do confessionário, mas a porta só se abre quando um produtor executivo e um psicólogo entram para retirá-la do set e levá-la a um hotel próximo.

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