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‘Homem-Aranha: Através do Aranhaverso’ se junta a antecessor como melhor adaptação de HQs; g1 já viu

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Continuação de ‘Homem-Aranha no Aranhaverso’ mantém altíssimo nível de ganhador do Oscar de melhor animação com história mais madura e arte ainda mais complexa. Miles Morales em cena de ‘Homem-Aranha: Através do Aranhaverso’
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Antes de mais nada, é necessária uma correção. Na época de seu lançamento, “Homem-Aranha no Aranhaverso” (2018) era categoricamente a melhor adaptação de HQs já feita — e não apenas “uma das”, como disse o g1.
“Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”, continuação que estreia nesta quinta-feira (1º) nos cinemas brasileiros, se junta ao antecessor sem dificuldades. E corre um sério risco de ir até além.
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O primeiro filme da trilogia, que será encerrada em 2024 por “Além do Aranhaverso”, tinha a grande vantagem da surpresa. A sequência precisa se esforçar um pouco mais.
A seu favor, pelo menos não precisa apresentar os personagens do começo, assim como explicar o complicado conceito de um multiverso.
Com isso fora do caminho, explora com beleza as possibilidades oferecidas por diferentes dimensões, cada uma com estilo próprio de arte e animação, e amadurece protagonistas e seus relacionamentos.
Se “No Aranhaverso” passava a impressão de se assistir a um filme de quadrinhos pela primeira vez, “Através” se assume como uma obra mais madura – mas igualmente emocionante.
‘Homem-Aranha: Através do Aranhaverso’ ganha novo trailer
Os fantásticos mundos de Miles
“Através do Aranhaverso” dá sequência à história de Miles Morales, o jovem preto e latino dos quadrinhos da Marvel que também assume a identidade de Homem-Aranha.
Na continuação, ele já está mais confortável com seus poderes e com a máscara, mas sente falta de seus antigos amigos de universos paralelos. Em especial, da Mulher-Aranha/Gwen Stacy.
A saudade dura pouco. Quando um portal se abre em seu quarto, o sorriso conhecido da moça o apresenta a uma organização de elite formada por centenas de diferentes “pessoas-aranha”, unidas contra ameaças à existência do multiverso.
Por isso, Morales dessa vez viaja por outros mundos e conhece novas realidades. Ou seja, algo que se destacou nos personagens do antecessor agora é ampliado para dimensões inteiras.
A Manhattan do primeiro filme já impressionava pelas técnicas parecidas às dos quadrinhos, com cores fugindo de contornos, prédios povoados por pontos luminosos e perspectivas impossíveis.
Agora ela parece quase simplista em comparação às versões apresentadas. Sozinhas, cada uma delas já valeria diversas assistidas para pegar os diferentes detalhes e técnicas. Juntas, elas são um banquete para fãs de diferentes artistas de quadrinhos.
A dimensão de Gwen, em especial, merecia um filme inteiro. Construída com traços de aquarela, que mudam de tons em reflexo aos sentimentos da personagem, ela lembra uma mistura do estilo do premiado Bill Sienkiewicz com as cores de Dave McKean em “Orquídea Negra”.
Espetáculo além do tédio
Gwen Stacy, Peter B. Parker e a bebê May em cena de ‘Homem-Aranha: Através do Aranhaverso’
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Como um dos criadores da trilogia, Chris Miller, disse ao g1, “espetáculo apenas pelo espetáculo é um tédio. Tem que vir da emoção e do coração”.
O roteiro assinado por ele – junto de seu parceiro criativo de longa data, Phil Lord, e David Callaham (“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”) – leva a declaração a sério.
Toda a beleza suave em aquarela seria desperdiçada sem os momentos tocantes entre a heroína e seu pai. Já o abraço desesperado da jovem não teria o mesmo efeito sem a substituição do azul triste que dominava o quadro por um laranja caloroso.
Sequências como essa são como bem-vindos respiros entre as incontáveis, estonteantes e muitas vezes vertiginosas cenas de ação. Mais do que aprofundarem as conexões dos personagens, elas são as principais justificativas para a divisão da história em duas partes.
Sem a necessidade de concluir a trama em suas duas horas e 20 minutos de duração, o filme toma seu tempo. Pouca coisa parece fora de lugar ou de ritmo – e quase todas elas são explicadas em uma nova assistida.
Claro, a falta de uma conclusão pode ser frustrante, principalmente para os mais ansiosos que começarem a perceber a passagem do tempo e o quanto falta a ser resolvido. Mas ela também fortalece a expectativa pelo terceiro capítulo da trilogia.
Simplesmente as melhores
Miles Morales em cena de ‘Homem-Aranha: Através do Aranhaverso’
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O elenco de vozes em inglês continua a dar um banho. É cada vez mais difícil imaginar um Miles sem Shameik Moore (“The get down”) – o que vai ser uma boa dor de cabeça para a Marvel (ou a Sony) quando o personagem finalmente ganhar uma versão em carne e osso.
Alçada à condição de coprotagonista, Hailee Steinfeld (“Gavião Arqueiro”) segura o tranco e é, de muitas formas, o eixo emocional da narrativa.
No apoio à dupla, Luna Lauren Velez (“Dexter”), Brian Tyree Henry (“Eternos”) e os “novatos” Oscar Isaac (“Duna”), Issa Rae (“Insecure”) e Daniel Kaluuya (“Não! Não olhe!”) compensaram, sozinhos, o valor do ingresso.
Pena só que o Peter B. Parker cansado e barrigudo de Jake Johnson (“New girl”) não consiga repetir a parceria certeira com o novo Amigão da Vizinhança. Com sorte, um problema a ser remediado no próximo filme.
Enquanto a conclusão não vem, basta dizer que “Através do Aranhaverso” é uma evolução mais segura e madura da revolução apresentada na abertura da série.
Ela acompanha o crescimento dos protagonistas como pessoas e heróis, mas também se reflete na ousadia da arte e na tranquilidade para saber os momentos de tirar o pé do acelerador.
E agora, cinco anos depois da incerteza de quem foi pego de calça curta por uma revolução estética e narrativa, é fácil cravar mais uma vez: estes dois filmes são as melhores adaptações de quadrinhos já feitas.
Ah, sim. Um adendo importante: a trilha sonora do primeiro já era excelente. A de “Através” é ainda melhor.
Gwen Stacy e Miles Morales encontram uma Sociedade-Aranha em ‘Homem-Aranha: Através do Aranhaverso’
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