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‘Indiana Jones e a Relíquia do Destino’ salva herói da despedida triste do filme anterior; g1 já viu

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Quinto filme do personagem pode não ser melhor da franquia, mas é um adeus digno depois do esquecível ‘Reino da Caveira de Cristal’. Aventura estreia nesta quinta-feira (28) no Brasil. É um pouco triste, mas a principal razão da existência de “Indiana Jones e a Relíquia do Destino” é a de salvar o herói de uma despedida no esquecível “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” (2008).
Aos 80 anos, Harrison Ford retorna a seu maior papel – sim, maior até do que Han Solo – em uma aventura digna para a aposentadoria do arqueólogo, mesmo que esteja longe de estar entre as melhores da franquia.
O quinto filme do personagem, que estreia nesta quinta-feira (29) nos cinemas brasileiros, pode não ser dos mais surpreendentes. Mas entende e abraça seu papel na mitologia de Indy, e o realiza com o peso e a leveza à altura do herói – por mais contraditório que isso pareça.
‘Assista ao trailer de Indiana Jones e a relíquia do destino’
Indiana Jones e a aposentadoria
Os 15 anos que separam “Caveira de Cristal” e “Relíquia do Destino” viram cerca de 12 entre as tramas. No novo filme, Indy está prestes a se aposentar como professor de arqueologia da universidade quando reencontra a afilhada (Phoebe Waller-Bridge).
Após anos de separação, a jovem quer localizar um antigo artefato construído por Arquimedes (o famoso matemático grego) – e precisa da ajuda de Indy para chegar a ele antes de um grupo de nazistas, os vilões clássicos da série.
Não é difícil ver o fio condutor comum de todos os capítulos da saga. A grande diferença é mesmo a idade de Indy, que desde o começo deixa bem claro não ser mais o aventureiro canastrão de antes.
Isso não impede que Ford recupere o charme e a rabugice do personagem. E até convença com alguns golpes bem dados.
Por mais que a necessidade de uma aposentadoria (na carreira do herói) seja uma necessidade evidente, parte da graça da franquia sempre foi a lógica quase cartunesca da ação, que permite que um senhor de 80 anos nocauteie um capanga de 40 sem grandes estranhamentos.
Troca de diretores
Desde o começo também fica claro que o diretor, James Mangold (“Logan”), não é um Steven Spielberg (o responsável pelos outros quatro filmes do herói). E não é como se ele tentasse ser.
Harrison Ford em cena de ‘Indiana Jones e a Relíquia do Destino’
Divulgação
Sua mão, um pouco pesada no começo, com o tempo assume o papel mais confortável da homenagem ao que foi construído antes – o que talvez explique a razão pela qual o Spielberg, um dos maiores que já existiram, tenha decidido deixar a despedida para outra pessoa.
O roteiro assinado por Mangold e outras três pessoas – dois parceiros de “Ford vs Ferrari” e David Koepp, de “Caveira de Cristal” – talvez não seja um concorrente ao Oscar, mas claramente aprendeu com os rompantes de grandeza mal-colocados do filme de 2008.
“Relíquia do Destino” segue a estrutura de seus antecessores mais celebrados, sem muita margem para ousadia ou originalidade.
A magia pela qual a série ficou conhecida está lá, e alguns até podem considerá-la exagerada, mas, no fim, ela se justifica por seu encaixe com o tom emocional da despedida.
No fim, apesar de um problema de ritmo que tornam as mais de duas horas e meia de duração até mais longas do que deveriam, o texto conhece muito bem suas limitações.
Mads Mikkelsen e Thomas Kretschmann em cena de ‘Indiana Jones e a Relíquia do Destino’
Divulgação
Mais do que colocar um Indy incapaz de sair de qualquer situação com o punho (e o chicote), a trama deixa isso claro na escalação de Mads Mikkelsen (“Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”), o vilão favorito de Hollywood, como o nazista da vez.
Escolha óbvia, sim, mas pouca coisa é mais “Indiana Jones” do que um antagonista previsível.
Ford vs Tempo
Com esses trilhos padrões estabelecidos, o bom elenco tem espaço para fazer um básico muito do bem-feito.
Waller-Bridge (“Fleabag”) repete sua competência como, bem, basicamente a Fleabag da série. Por um segundo, é agradável o desconforto gerado pela interpretação mais ingênua usada pela britânica, mas logo ela assume a personalidade pelo qual foi contratada. Seria interessante, no entanto, vê-la um pouco distante da personagem.
Harrison Ford rejuvenescido com computação gráfica em cena de ‘Indiana Jones e a Relíquia do Destino’
Divulgação
Mikkelsen não virou o vilão favorito de Hollywood por acaso, e Boyd Holbrook consegue se distanciar do capanga que interpretou em “Logan” (2017) com humor e carisma.
Mas é Ford mesmo quem carrega o filme, como deveria ser. Sempre foi claro que Indy é o papel de sua vida – e isso fica claro da primeira cena à última, pouco antes do subir dos créditos.
A tecnologia de rejuvenescimento com computação gráfica usada à exaustão para torná-lo 25 anos mais jovem em alguns momentos não está no ponto ainda, mas sem o domínio que o ator tem do personagem as sequências beirariam o inutilizável.
Com tudo isso, ainda é difícil determinar se “Relíquia do Destino” merecia de fato existir. Talvez se o herói tivesse ficado na trilogia, com o glorioso adeus em “A última Cruzada” (1989), valesse deixá-lo quieto.
Mas, sob o risco de que seu legado terminasse nos alienígenas desconfortáveis de “Reino da Caveira de Cristal”, Indy merecia uma última aventura.
Phoebe Waller-Bridge e Harrison Ford em cena de ‘Indiana Jones e a Relíquia do Destino’
Divulgação

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