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Gabriel Aragão busca endereço próprio em álbum solo produzido por Marcelo Camelo

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Gravado em Portugal, o disco ‘Rua mundo novo’ situa o vocalista da banda Selvagens à Procura de Lei entre samba, rock, bossa nova e canção mineira. Gabriel Aragão reúne 11 músicas autorais no primeiro álbum solo, ‘Rua mundo novo’, produzido por Marcelo Camelo
Murilo Amancio / Divulgação
Capa do álbum ‘Rua mundo novo’, de Gabriel Aragão
Murilo Amancio
Resenha de álbum
Título: Rua mundo novo
Artista: Gabriel Aragão
Edição: Quarto do Vento
Cotação: ★ ★ ★
♪ “Parece / Que em São Paulo eu me sinto mais só / Parece / Essa multidão”, admite Gabriel Aragão em versos de Sampa Sampa, uma das mais inspiradas composições da inédita safra autoral apresentada artista cearense no primeiro álbum solo, Rua mundo novo, gravado em Portugal – com produção musical de Marcelo Camelo – e lançado em 30 de junho.
“Parece / Que em São Paulo eu me sinto mais sol / Parece / Essa imensidão”, reitera Aragão, menos sombrio, em versos posteriores da música feita em parceria com o compositor pernambucano Tagore e gravada com Camelo na guitarra, baixo, bateria, percussão, piano, mellotron, piano e glockenspiel, além dos vocais de Laura Lavieri.
Projetado nos anos 2010 como vocalista e guitarrista da banda cearense Selvagens à Procura de Lei, Gabriel Aragão procura endereço próprio em Rua mundo novo para consolidar discografia solo iniciada no ano passado com a edição da trilha sonora que compôs para o curta-metragem Malhada vermelha (2022) e do EP Abrecaminhos (2022).
A primeira das 11 músicas do álbum, Ainda está no ar, parceria de Aragão com o conterrâneo Daniel Medina, desmente o título Rua mundo novo por ser pop rock trivial.
À medida que o disco avança, a má impressão inicial se dissipa com a canção romântica Eu mais tu (Gabriel Aragão) – cujo título alude à prosódia cearense – e com A sorte, parceria com Marcelo Camelo que sinaliza o bom acabamento dos arranjos.
Cabra marcado evoca – mais no título e em vários vocábulos da letra do que na sonoridade propriamente dita – a origem nordestina do artista nascido em Fortaleza (CE) em novembro de 1987.
Em essência, Rua mundo novo é o álbum solo de artista identificado com o universo do rock, mas que bebe das muitas fontes musicais do Brasil – como Marcelo Camelo, aliás. Tanto que uma canção ambientada em clima de bossa nova com cordas orquestradas por Camelo, Desejos carnais, parceria de Aragão com Mateus Fazeno Rock, se afina com naturalidade no repertório do disco.
As influências são variadas. Se a música-título, Rua mundo novo, também foi gravada com certa bossa, Cidade baixa cai no samba cool e Por perto seduz ao ecoar canções mineiras da turma do Clube da Esquina, embora seja parceria de Aragão com Ítalo Azevedo, outro compositor de Fortaleza (CE).
Música composta para o repertório da banda Selvagens à Procura de Lei, Lokamérica tem pegada roqueira e jeito de sobra. Parceria de Gabriel Aragão com a cantora e compositora mineira Roberta Campos, a canção Turva fecha o álbum Rua mundo novo flagrando um artista ainda em busca de um lugar ao sol no vasto universo pop brasileiro.

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