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Fernando Botero, artista colombiano, morre aos 91 anos

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Ele era associado a uma arte que tinha bom-humor e tons de surrealismo. Conhecido como ‘pintor dos gordinhos’, Botero foi ilustrador e criou enormes esculturas de bronze. Fernando Botero durante abertura de exposição em Paris, em outubro de 1992
Michel Lipchitz/AP
Fernando Botero morreu esta sexta-feira (15) aos 91 anos. O pintor, escultor e desenhista colombiano estava em sua casa no principado de Mônaco. A notícia foi publicada no site do jornal “El País”.
Conhecido popularmente como o pintor de “gordinhos”, Botero foi associado a uma arte lúdica que tinha bom-humor e tons de surrealismo.
“Não pintei uma única gorda em minha vida. Expressei o volume, busquei dar protagonismo ao volume, torná-lo mais plástico, mais monumental, quase uma comida, por assim dizer, arte comestível. A arte deve ser sensual, digo nesse sentido”, comentou, ao ser perguntando sobre seu estilo.
Botero era autodidata e iniciou sua carreira como ilustrador do jornal “El Colombiano” no final da década de 1940. Enquanto trabalhava, passou a ser influenciado pelo trabalho do italiano Piero della Francesca (1415-1492). Foi a partir do estudo da obra dele que nasceu o estilo inconfundível de Botero, quando ele tinha 25 anos.
O pintor Fernando Botero sopra velas em comemoração ao seu aniversário de 80 anos
AP/William Fernando Martinez
Considerado um dos maiores artistas vivos, ganhou fama e popularidade nas últimas décadas graças às pinturas e às enormes esculturas de bronze expostas pelo mundo, a partir dos anos 90.
“Minha pintura é sobre temas afetivos, porque a pintura foi fundada sobre temas afetivos”, explicou. “Vê-se que os pintores trabalharam a exaltação da vida, em meio a grandes tragédias. Por exemplo, o impressionismo: quem já viu um quadro impressionista deprimente? E isso entre guerras e tragédias, mas a pintura mantinha uma atitude positiva perante a vida.”
LEIA MAIS: A história das duas telas pintadas por Fernando Botero sobre a morte do traficante
A obra ‘Una familia’, de Botero, vendida em Nova York
AP
Gustavo Petro, presidente colombiano, fez uma homenagem ao pintor em seu perfil no Twitter. “Morreu Fernando Botero, o pintor de nossas tradições e defeitos, o pintor de nossas virtudes. O pintor de nossa violência e da paz”, diz a publicação.
Em 2011, na exposição individual em São Paulo, chamada de “Dores da Colômbia”, recebeu 67 obras em que as figuras bonachonas não estão tão felizes ou serenas, como de costume.
Entre pinturas, desenhos e aquarelas, o artista mostrou críticas sobre a violência causada no país, movida pelo narcotráfico e desencadeada pelas disputas entre guerrilheiros, militares e políticos.
A esposa do pintor, a artista Sophia Vari, morreu há cinco meses. Ele deixa três filhos.
Fernando Botero durante a inauguração da exposição ‘La Corrida’, em 1997, na Espanha
Zoe Selsky/AP
Policial colombiano lava escultura do artista colombiano Fernando Botero, em Medellín. Uma vez por ano o museu de Antioquia faz a limpeza das 23 esculturas de Botero exibidos em praça.
Raul Arboleda/AFP
Pintura de Fernando Botero em exibição na Art Rio, em 2012, no Rio de Janeiro,
Silvia Izquierdo/AP
Exposição de obras de Fernando Botero, em Medellin, na Colômbia, em 2007, em celebração aos seus 75 anos
Luis Benavides/AP
Escultura de bronze ‘Mujer Reclinada’, de Fernando Botero, em exibição no jardim do Fairchild Tropical Botanic Garden, em 2008, em Miami
J. Pat Carter/AP
Escultura de Fernando Botero na inauguração da exposição de retrospectiva ‘Fernando Botero: a celebration’, em 2012, na Cidade do México
Marco Ugarte/AP
Obra ‘Jesus Christ’, de Fernando Botero, em exposição de 2005, na Itália
Gregorio Borgia/AP

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