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O que são pronomes e por que pegadinha de Matheus Mazzafera gerou polêmica

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Famosos responderam com times de futebol, apelidos e bordões, quando o esperado seria que respondessem com qual pronome se identificam. Captura de tela mostra vídeo em Matheus Mazzafera pergunta os pronomes de famosos
Reprodução Twitter/matmazzafera
“Eu nunca ri tanto”, escreveu o influenciador Matheus Mazzafera ao divulgar um vídeo em que aparece perguntado a famosos “quais seus pronomes?”, na última sexta-feira (20).
O motivo do riso? As supostas respostas dadas pelos entrevistados, que, pelo que mostra a edição, teriam dito coisas como “Camis, Cacá, Cá”, “Santos dos Reis, “hellou”, “Atlético Mineiro” e “Corinthians”, por exemplo. O esperado era que os entrevistados respondessem os pronomes com que se identificam — ela, ele ou elu, por exemplo.
Contexto: pronomes são palavras usadas para se referir a alguém de acordo com o gênero com que a pessoa se identifica (ele/dele e ela/dela, segundo a norma culta). Também há os pronomes neutros, caso de elu/delu ou ile/dile (entenda em mais detalhes a seguir).
Com a repercussão do vídeo, a cantora e ex-BBB Flay, que no vídeo aparece respondendo uma frase que ficou famosa no reality show — “vamos, galera, mulheres” — disse que a pergunta não foi feita exatamente assim, como mostra o vídeo…
“Mazzafera agora está tirando onda com a gente, botando a gente de burra”, disse ela em um vídeo nos Stories do Instagram no sábado (21).
“Só que ele chega, faz um monte de pergunta e no meio ele joga assim ‘pronome’. Aí a gente fala ‘ãh?’ Só que a gente está sempre esperando o pior. Aí ele ‘pronome’, depois de ter falado um monte de coisas. […] Aí ele vai lá e fala ‘sei lá, um time, um bordão”, disse ela.
Flay comenta sobre vídeo em que Matheus Mazzafera pergunta o pronome de famosos
Reprodução Instagram/flay
Em vídeo postado no Instagram, Juvi, influencer não-binária, defendeu que os pronomes das pessoas não devem ser tratados como piada. “Para mim, esses vídeos, na maioria dos casos, a pessoa que está fazendo essa pergunta não está querendo informar ninguém. […] E isso dá munição para quem? Para pessoas transfóbicas.”
“Na dúvida, perguntar não ofende. […] Quando você faz um pergunta para alguém, para tratar ela melhor, não é problema nenhum. […] Muitas pessoas não sabem o que é pronome, e tudo bem, a gente vai aprendendo”, completou Juvi.
Norma padrão e linguagem neutra
De acordo com a norma padrão da língua portuguesa, o artigo masculino cumpre papel de pronome neutro no plural. Por exemplo, se um grupo de pessoas é composto por homens e mulheres, mesmo que de maioria feminina, pode-se referir às pessoas do grupo como “eles” ou “todos”.
Por isso, vestibulares ou concursos públicos que exigem o uso da norma culta da língua não permitem o uso da linguagem neutra. Mas a linguagem é comum nas redes sociais e entre membros da comunidade LGBTQIA+, além de ser defendida por especialistas que estudam inclusão e diversidade.
O objetivo ao substituir o artigo masculino genérico pelo “e” é neutralizar o gênero gramatical a fim de que as pessoas não binárias (que não se identificam nem com o gênero masculino nem com o feminino) ou intersexo se sintam representadas. O mesmo se aplica para os pronomes ile/dile ou elu/delu.

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