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‘O Território’: documentário filmado em Rondônia vence Emmy 2023

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Documentário denuncia invasões em uma das maiores terras indígenas de Rondônia. ‘O Território’ venceu na categoria ‘mérito excepcional na produção de documentários’ no domingo (7). Documentário que denuncia os crimes ambientais em Rondônia vence o Emmy Internacional
Reprodução/Redes sociais
O documentário ‘O Território’, que narra a luta do povo indígena Uru-Eu-Wau-Wau para defender sua terra em Rondônia, conquistou o prêmio Creative Arts Emmy Awards 2023, no domingo (7). O principal prêmio da televisão americana aconteceu em Los Angeles.
Considerado “o Oscar da televisão”, o Emmy premia conteúdo audiovisual e televisivo produzido no mundo todo. O Território ganhou na categoria:
Mérito excepcional na produção de documentários
O Emmy que aconteceu no último fim de semana é direcionado às categorias técnicas. A cerimônia oficial, que premia as principais categorias, está prevista para o dia 15 de janeiro. “Succession” e “The Last of Us” lideram as indicações.
Os protagonistas do documentário, Bitaté-Uru-Eu-Wau-Wau e Ivandeide Bandeira (mais conhecida como Neidinha) viajaram para receber o prêmio na companhia dos produtores Txai Suruí e Gabriel Uchida. O diretor, Alex Pritz, também esteve presente na premiação.
“Esse é o reconhecimento da nossa luta e dos povos indígenas. Rondônia no topo, os povos indígenas também lá no topo”, comentou Bitaté, emocionado ao segurar a famosa estatueta do Emmy.
Ivaneide Bandeira e Bitaté Uru-Eu-Wau-Wau, protagonistas do documentário segurando a estatueta do Emmy
Reprodução/Redes sociais
Neidinha, protagonista no documentário, conta que a vitória de “O Território” no Emmy destaca o compromisso responsável da cinematografia ao mostrar a batalha pela democracia em Rondônia e na Amazônia.
“Esse filme representa muito para os povos indígenas e para a nossa luta. Esse prêmio é de vocês, é do Brasil”.
Ativista e produtora do documentário Txaí Suruí e o diretor Alex Pritz segurando a estatueta do Emmy
Reprodução/ Rede Sociais
O documentário, que foi gravado em Rondônia e distribuído pela National Geographic, também concorreu nas categorias “Cinematografia excelente para um programa de não-ficção” e “Melhor direção para um programa de documentário/não-ficção”.
Quando a obra foi filmada, a Terra Indígena do Povo Uru-Eu-Wau-Wau foi a que teve o entorno mais desmatado da Amazônia Legal.
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A história de ‘O Território’
O documentário mostra a luta dos indígenas Uru-Eu-Wau-Wau pela defesa de suas terras. Durante 1h24m de duração, o público entra nas rotinas de Bitaté, um jovem Uru-Eu-Wau-Wau e da ativista Ivaneide Bandeira, conhecida como Neidinha. Eles ajudam a traçar a linha narrativa.
A história mostra como Bitaté recebe a missão de ser uma nova liderança para seu povo na luta contra o desmatamento ilegal, queimadas, invasão e grilagem.
Cena do documentário ‘Território’
Divulgação
Uma das cenas mostra o jovem liderando uma fiscalização dentro da terra indígena. Durante patrulhamento, ele e os parentes flagraram um homem armado, suspeito de invasão de terras, dentro da floresta.
Durante a abordagem, feita em 2020, os indígenas passaram álcool em gel nas mãos do suspeito e fizeram com que ele também usasse máscara, já que a pandemia de Covid-19 trazia preocupações
Pôster do documentário filmado em Rondônia
Reprodução
Já Neidinha é mentora de Bitaté. Ela atua ativamente na proteção da floresta e dos povos indígenas de Rondônia. Entre os pontos sensíveis mostrados em “O Território” estão os desafios impostos à segurança da família dela por causa de seu trabalho de denunciar crimes ambientais.
A morte de Ari Uru-Eu-Wau-Wau, em 2020, também é mostrada em “O Território”. Ari trabalhava registrando e denunciando extrações ilegais de madeira dentro da aldeia, pois fazia parte do grupo de monitoramento do povo indígena.
Terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau
A Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, região onde foram gravadas imagens do documentário, possui mais de 1,8 mil hectares e se espalha por 12 municípios rondonienses. A maior parte do território fica em Guajará-Mirim (RO) e São Miguel do Guaporé (RO).
Povos de nove etnias vivem na TI, entre eles, diversos indígenas isolados. São eles:
Amondawa
Isolados Bananeira
Isolados do Cautário
Isolados no Igarapé Oriente
Isolados no Igarapé Tiradentes
Juma
Kawahiva Isolado do Rio Muqui
Oro Win
Uru-Eu-Wau-Wau
TI Uru-Eu-Wau-Wau foi a que mais sofreu ameaça de desmatamento na Amazônia Legal em 2021
Entre as Terras Indígenas (TI) da Amazônia Legal, a Uru-Eu-Wau-Wau, localizada em Rondônia, foi a que teve o entorno mais desmatado em 2021. Os dados foram contabilizados e divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), na última semana.
Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), entre agosto de 2020 a julho de 2021, a TI Uru-eu-wau-wau foi a maior vítima de ameaça e pressão de desmatamento. Nos dados dos meses seguintes, a área não foi mais a primeira, mas sempre esteve entre as 10 mais afetadas.
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