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Chico César chega aos 60 anos com obra autoral globalizada e sintonizada com a crescente militância do artista

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♪ ANÁLISE – Nascido em 26 de janeiro de 1964 em Catolé do Rocha (PB), interiorana cidade da Paraíba, Chico César chega hoje aos 60 anos no posto de um dos grandes compositores do Brasil.
Expoente da geração musical projetada na década de 1990, na corrente que também deu visibilidade ao pernambucano Lenine e ao maranhense Zeca Baleiro, o paraibano Francisco César Gonçalves construiu obra que desde sempre extrapolou as fronteiras nordestinas, mas, ao mesmo tempo, parece para sempre associada à essa rica nação da qual Luiz Gonzaga (1912 – 1989) nunca deixou de ser rei.
Fincada nas raízes da mama África, a obra vigorosa do compositor soa cada vez mais globalizada e sintonizada com a militância de Chico, embora nunca tenha dependido dela para conquistar mentes e corações Brasil afora.
Sim, nos últimos anos, Chico César vem sendo cada vez mais percebido como um artista engajado na luta cotidiana pela democracia e pelas liberdades individuais e coletivas. A militância veio à tona porque, identificado com ideologias de esquerda, o cantor, compositor e músico levantou a voz contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, despertando amores e ódios.
Como outro Chico, o Buarque, fizera na década de 1970 para enfrentar a ditadura de 1964. Só que, como Buarque, o César jamais usou a militância como muleta para se manter em evidência. Ambos somente não fugiram à luta.
O cancioneiro autoral de Chico César fala pelo artista e fala por si só. E fala alto. De Béradêro, aboio gravado originalmente em 1991 no disco coletivo de festival de alcance local em que o artista apresentara a composição, à aliciante música-título do álbum parisiense Vestido de amor (2022), tudo faz sentido na trajetória de Chico César.
Essa trajetória foi iniciada ainda na adolescência com a entrada de Chico em bandas como Super Som Mirim e Ferradura, ambas em João Pessoa (PB), cidade para onde artista migrou em 1980.
Mas o ponto de virada na carreira de Chico foi a gravação em junho de 1994, na cidade de São Paulo (SP), de disco ao vivo captado em show feito com os auxílios luxuosos – e aqui a expressão-clichê se justifica plenamente – do guitarrista Lanny Gordin (1951 – 2023) e de Lenine (ao violão).
O álbum Aos vivos saiu em 1995. O reggae Mama África ganhou as rádios e a boca do povo. As canções de amor seduziram cantoras como Daniela Mercury e Maria Bethânia, que se tornaria fiel intérprete em conexão profunda com o compositor.
E o resto é uma história que ganha nova página na noite de hoje, 26 de janeiro, quando Chico César subir ao palco do Circo Voador, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), para fazer show festivo, celebrando os 60 anos de vida e os 40 de merecido sucesso.

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