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Primeiro show da turnê de despedida do Sepultura é em BH, berço da banda

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A banda nasceu no bairro de Santa Tereza e ganhou o mundo no momento em que nascia a comunidade heavy metal brasileira. Paulo Jr. e Andreas Kisser durante show em BH
Alexandre Biciati
Paulo Jr. e Andreas Kisser durante show em BH
Alexandre Biciati
O ano era 1984, quando um grupo de garotos se reuniu para montar uma nova banda em Belo Horizonte. Ela ganhou um nome pouco convencional e que remete à morte: Sepultura.
Passados 40 anos, os artistas — hoje com cabelos grisalhos e milhares de fãs pelo mundo — se despedem dos palcos em uma turnê que promete “celebrar a vida através da morte”. A banda, que é considerada o maior nome do heavy metal brasileiro, fará sua última turnê em 2024.
Os atuais integrantes Derrick Green, Paulo Jr., Andreas Kisser e Eloy Casagrande anunciaram o fim das atividades, no ano passado.
Com ingressos esgotados, o primeiro show da turnê de despedida do grupo será em BH, nesta sexta-feira (1º). (leia mais abaixo)
Por todo Brasil
Milton Júnior, no centro da imagem com a camisa vermelha da banda Sepultura
Arquivo pessoal
A banda tem um currículo invejável no meio musical. São mais de 20 milhões de discos vendidos e uma legião de fãs que guardam com carinho as lembranças dos últimos shows.
Em 1995, o assistente administrativo Milton Júnior, do estado de São Paulo, viu o primeiro show da Sepultura. Na época, com 17 anos, teve que ir acompanhado da mãe para que ela visse “o tipo de ambiente” que o filho estava frequentando.
A apresentação foi no estacionamento do Anhembi, em São Paulo. O grupo fez uma rápida abertura do show da Metallica, mas foi o suficiente para prender a atenção do adolescente.
“Tinha tanta gente na fila que achei que não ia conseguir entrar a tempo de vê-los. Foi como se aquele dia, com eles na minha frente, tivesse caído a ficha do eles são reais, mesmo. Deixou de ser algo distante”, contou Milton
‘Legado’
Por que Sepultura é a banda de heavy metal mais bem sucedida do Brasil
Em quatro décadas de carreira, o grupo se tornou referência do metal, misturando o som pesado com elementos de música tribal, indígena e africana.
O reconhecimento fora do Brasil veio principalmente a partir do álbum “Roots”, lançado em 1996, com Carlinhos Brown como um dos colaboradores. O disco foi o último com a participação de Max Cavalera, antigo vocalista, que anunciou sua saída ainda em 1996, em meio a um racha na banda.
Para o fã mineiro Bruno de Andrade Rocha, de Belo Horizonte, o legado da banda vai além da música. As letras do metal pesado foram inspirações para Bruno encarar os desafios da juventude.
“A banda me abriu muitas portas, incluindo o aprendizado do inglês, e me influenciam até hoje, e provavelmente para o resto da vida. A despedida é uma mistura de sentimentos. Sinto tristeza, mas muito orgulho”, contou .
Andreas Kisser (esquerda), ao lado do fã Bruno de Andrade (meio) e Igor Cavalera (direita)
Arquivo pessoal
Música, cerveja e BH
Estatuetas do VMB e VMA, respectivamente
Jô Andrade/g1
Já no coração do boêmio bairro Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, o tradicional Bar do Bolão guarda um presente antigo, deixado pelo baixista Paulo Jr. no ano de 1994. A estatueta moonman do Vídeo Music Awards (VMA), é uma das relíquias do bar.
A premiação foi uma lembrança, junto com um disco de platina da banda, entregue ao fundador do bar do Bolão, o Zé Maria. No ano em questão, o Sepultura havia vencido a disputa com o clipe da música “Territory”.
Além do pequeno astronauta de prata, três anos depois, Paulo Jr. também presenteou o bar com uma estatueta do clipe de ouro Vídeo Music Brasil (VMB). Na época, a banda havia conquistado o título com a animação “Ratamahatta”, em 1997.
“Os meninos [da banda] vinham desde novos, sempre à noite, depois dos shows. Ficavam a madrugada toda e iam até de manhã. Era muita cerveja e pãozinho com molho. Bebiam ali no balcão mesmo, e faziam companhia pra gente”, relembrou Sílvio Júnior, da terceira geração da administração do Bar do Bolão.
‘Morte consciente e planejada’
Eloy Casagrande (bateria) e Derrick Gree (vocal)
Alexandre Biciati
A turnê final, batizada de “Celebrating Life Through Death (Celebrando a vida através da morte)”, será gravada e dará origem a um disco ao vivo, com 40 músicas registradas em 40 cidades diferentes. A última série de shows vai durar 18 meses e passará por países da América Latina e Estados Unidos.
“O Sepultura vai parar. Vai morrer. Uma morte consciente e planejada”, disse o comunicado da banda.
No entanto, a três dias de estrear o show da turnê de despedida, o grupo anunciou a substituição do baterista Eloy Casagrande – na banda desde 2011 – pelo músico norte-americano Greyson Nekrutman.
Em comunicado, Andreas Kisser (guitarra), Derrick Green (voz) e Paulo Xisto Jr. (baixo) revelam que foram surpreendidos em 6 de fevereiro com a decisão de Eloy Casagrande de deixar a banda.
Não é um ‘até logo’
Banda Sepultura durante show em BH, em 2023
Alexandre Biciati
Agora, os fãs se preparam para o último show do grupo. Depois de tantas mudanças desde o início de sua formação, a Sepultura encerra seus 40 como a banda de heavy metal mais bem sucedida do Brasil.
Para o fotógrafo Alexandre Biciati, um dos fãs que guarda com carinho as boas memórias dos últimos shows e um acervo de discos da banda, o grupo mostrou ter adaptabilidade durante décadas e, apesar do sentimento de tristeza com o anúncio do fim, os artistas tiveram uma atitude “nobre” em celebrar a carreira com a nova turnê.
“Belo Horizonte ganha um presente ao ser a primeira cidade a receber a turnê de despedida. Esta relação de pertencimento que o belo-horizontino tem em relação à banda vai favorecer uma troca positiva durante o show. É hora de atirar flores aos demônios”, afirmou Alexandre.
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