Na primeira turnê em dupla desde 1978, artistas baianos devem celebrar as origens em Santo Amaro da Purificação com músicas como ‘Motriz’. “Minha mãe, meu pai, meu povo / Eis aqui tudo de novo / A mesma grande saudade / A mesma grande vontade / Minha mãe, meu pai, meu povo”.
♪ ANÁLISE – Com os versos de Tudo de novo, música composta por Caetano Veloso para o roteiro do show que fez com Maria Bethânia em 1978, os artistas baianos saudaram o público que assistiu ao espetáculo que teve 12 números perpetuados em álbum ao vivo editado naquele mesmo ano de 1978.
Decorridos 46 anos, eis aqui tudo de novo: Caetano Veloso e Maria Bethânia percorrerão sete cidades do Brasil em turnê prevista para ser realizada entre agosto e dezembro deste ano de 2024.
Anunciada oficialmente pelos artistas na noite de ontem, 6 de março, a turnê começa em 3 e 4 de agosto com duas apresentações em arena do Rio de Janeiro (RJ) e segue, com intervalos, para Belo Horizonte (MG), Belém (PA), Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Salvador (BA) e São Paulo (SP), cidade que encerrará a turnê em 14 de dezembro. Programados para arenas e estádios, os shows serão apresentados de forma espaçada.
Quando a turnê começar em 3 de agosto, Bethânia já terá feito 78 anos em 18 de junho. Já Caetano estará a quatro dias de festejar 82 anos, em 7 de agosto.
E a pergunta roda desde que, em 30 de setembro, foi dada a notícia (não confirmada pelos artistas na época) de que os irmãos sairiam em turnê pelo Brasil: o que esperar desse show além da celebração da arte e da vida que é bonita, é bonita e é bonita?
Há especulações de que Caetano estaria compondo música para celebrar a reunião com a irmã no palco, em dupla, tal como fez em 1978.
Por ora, o que se pode cravar, a julgar pelo histórico de ambos os artistas, é que os cantores celebrarão as origens em Santo Amaro da Purificação (BA), cidade do interior da Bahia, banhada pelo samba de roda.
É provável que uma música como Motriz (Caetano Veloso, 1983) – lançada por Bethânia no álbum Ciclo (1983) – esteja no roteiro por atiçar a memória afetiva da infância de Caetano e Bethânia com os pais e irmãos.
O samba de roda Reconvexo (Caetano Veloso, 1989), apresentado pela cantora no álbum Memória da pele (1989), é outra aposta certeira. Música do repertório do grupo Doces Bárbaros, Um índio (1976) também deverá estar no roteiro, impávida como há 48 anos.
Mas o fato é que, sim, Caetano Veloso e Maria Bethânia vão fazer uma festa para os seguidores. E tudo parecerá novo de novo.
