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‘Meu Malvado Favorito 4’ repete fórmula desgastada e sem criatividade; g1 já viu

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4ª aventura da franquia volta ao tema do 1º filme sem maior criatividade, mesmo com novos personagens. Leandro Hassum, mais uma vez, se destaca na dublagem do protagonista. “Meu Malvado Favorito 4” tem tudo aquilo que os criadores da franquia sabem que o público quer:
O jeito mal humorado, porém cômico, do protagonista Gru para lidar com o dia a dia familiar ou para enfrentar seus inimigos;
os diversos e curiosos aparelhos que ele usa para suas missões, com destaque para aqueles que emitem sons que podem levar espectadores aos risos (especialmente as crianças);
uma situação que o leva a um conflito sobre voltar ou não a ser um vilão;
cenas para evidenciar a fofura das três filhas adotivas e de sua mulher, Lucy;
bom uso de sua trilha sonora;
e, claro, muitas cenas com a participação dos Minions, a verdadeira razão do grande sucesso dos filmes.
Mesmo com tudo isso, a nova animação da série, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (4), joga sempre no seguro — uma aposta em uma fórmula desgastada que prejudica fortemente o resultado, já que não traz grandes novidades, e que encanta bem menos a cada episódio.
Assista ao trailer do filme “Meu Malvado Favorito 4”
Dessa vez, Gru (novamente dublado por Leandro Hassum e com a voz de Steve Carrell na versão original), precisa deixar sua casa porque Maxime Le Mal (Jorge Lucas/Will Ferrell), um vilão do seu passado, escapou da prisão e busca vingança.
Com sua mulher (Maria Clara Gueiros/Kristen Wiig), seus filhos e alguns Minions, ele se muda para um lugar indicado pela Liga Antivilões com identidades falsas.
O maior desafio para o protagonista é a filha (Lorena Queiroz/Joey King) de um de seus novos vizinhos, que quem ele é e o pressiona a ajuda-la em um golpe que pode levá-lo de volta ao mundo da vilania.
Gru e sua família são obrigados a mudar de casa em ‘Meu Malvado Favorito 4’
Divulgação
Divertido, porém preguiçoso
“Meu Malvado Favorito 4” retoma uma das questões destacadas no primeiro filme da franquia, a inesperada paternidade de Gru. Dessa vez, saem do foco as três filhas adotivas (que pouco têm a fazer nesta quarta parte) e entra em seu lugar o novo membro da família, Gru Jr., cujo visual lembra muito o Zezé do hit da Pixar, “Os Incríveis”.
Ao contrário do bom resultado obtido em “Meu Malvado Favorito”, onde a relação do protagonista com as meninas causava comoção e muitos risos, no quarto episódio as coisas acontecem de forma burocrática e com muitos clichês de comédias estreladas por pais desastrados e as gracinhas de seus filhos, na “jornada” do personagem para conquistar seu filho.
Além disso, o filme praticamente repete o tipo de ameaça que Gru teve que enfrentar em “Meu Malvado Favorito 3”: um vilão perigoso e extravagante que quer acertar as contas com o “mocinho”.
Ou seja, o roteiro assinado por Ken Daurio (que escreveu todos os episódios anteriores) e Mike White (de “Escola do Rock”, “The White Lotus” e “Patos!”) tem preguiça para criar algo inédito para a franquia. Para piorar, o novo antagonista é o mais fraco da série, o que deixa a trama dele ainda mais sem graça.
Outra coisa praticamente idêntica que o filme tem é o surgimento de uma personagem que deixa Gru em uma encruzilhada para se manter do lado dos mocinhos ou voltar para grupo dos bandidos.
No terceiro filme, isso ocorre por causa da tentação provocada pelo seu irmão, Dru. Dessa vez, a responsável é a jovem vizinha. Essa reciclagem da mesma ideia só deve agradar quem nunca viu um filme da série.
Os Mínions voltam a ter destaque em ‘Meu Malvado Favorito 4’
Divulgação
Minions de mais, história de menos
Já quem adora os Minions não terá do que se queixar de “Meu Malvado Favorito 4”. O filme cria uma estratégia para deixar boa parte deles longe de Gru e de sua família para que tenham uma história independente.
A subtrama brinca com os clichês de super-heróis, depois que alguns deles passam por experimento e viram versões atrapalhadas de personagens como Superman, o Coisa e o Senhor Fantástico (ambos do Quarteto Fantástico), Ciclope (dos X-Men) e Hulk.
Essa parte do filme, embora não se conecte muito bem com a história principal, é a responsável pelos momentos mais engraçados e deve fazer as crianças (e, talvez, os fãs mais grandinhos dos Minions) rirem com mais vontade no cinema. Pena que os diretores, dessa vez, não tenham unificado tudo, o que o deixa com jeitão de colagem de curtas.
Já o lado musical da produção continua em alta, tanto nas canções de Pharrell Williams quanto na trilha sonora do brasileiro Heitor Pereira, dupla que cuida do departamento desde o primeiro filme.
Minions ganham poderes e tentam ser super-heróis em ‘Meu Malvado Favorito 4’
Divulgação
A animação da equipe comandada por Chris Renaud (que dirigiu o primeiro e o segundo episódios) e Patrick Delage é bem feita, mas não se destaca como o que foi mostrado, por exemplo, pela mesma empresa em “Minions 2: A origem de Gru”, com movimentos mais fluidos e uma boa escolha de cores e estilos.
Na versão brasileira, mais uma vez o destaque vai para ótimo trabalho de Hassum como Gru. O ator consegue tornar o personagem ainda mais engraçado. Os outros dubladores estão bem, mas não se sobressaem tanto.
“Meu Malvado Favorito 4” não acrescenta nada de realmente inovador ou essencial para a franquia e só serve para alegrar os fãs da série uma quarta vez (sem contar os derivados). O filme é rapidamente esquecido ao final, especialmente para quem não liga muito para Gru ou os Minions.
É melhor que seus criadores saiam logo dessa zona de conforto e usem suas criatividades para algo fora da fórmula. Caso contrário, podem sofrer rejeição popular em um futuro não muito distante. Por enquanto, dá para levar. A questão é: por quanto tempo?
Gru leva Gru Jr para participar de um golpe de Poppy em ‘Meu Malvado Favorito 4’
Divulgação

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