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Chico César extrai belezas do encontro com os argentinos Rojobarcelo e Blanca em álbum com onze músicas inéditas

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Produção musical orquestrada pelo pianista Esteban Blanca valoriza o repertório composto pelo trio em confinamento no Uruguai durante a pandemia. Chico César (ao centro) entre o pianista Esteban Blanca e a cantora Rojobarcelo
Gaston Galda / Divulgação
Capa do álbum ‘Belezas pra nós’, de Chico César com Rojobarcelo e Blanca
Gaston Galda
Resenha de álbum
Título: Belezas pra nós
Artistas: Chico César, Rojobarcelo e Blanca
Edição: Chita Produções Artísticas
Cotação: ★ ★ ★
♪ Nenhuma das 11 músicas inéditas do álbum Belezas pra nós tem a força e a beleza de Estado de poesia (2012), canção de Chico César apresentada na voz de Maria Bethânia no show Carta de amor (2012 / 2013) e revivida em espanhol pelo autor com Rojobarcelo e Blanca no disco lançado hoje, 5 de julho, com 12 faixas gravadas entre maio de 2021 e julho de 2023 em estúdios de Argentina e Uruguai.
Nem por isso deixa de haver belezas no álbum, fruto da união do cantor e compositor paraibano com o duo argentino formado pela cantora Rojobarcelo e o pianista e baterista Esteban Blanca durante os quatro meses que os artistas permaneceram confinados no Uruguai em 2020 por conta do isolamento social imposto pela pandemia de covid-19.
Todas as 11 músicas inéditas – compostas no período do confinamento uruguaio – são assinadas conjuntamente pelo trio com letras que alternam versos em espanhol, português e inglês.
Orquestrada por Esteban Blanca, a azeitada produção musical do disco valoriza esse cancioneiro autoral e trilíngue que transita pelo universo pop latino com influências dos ritmos do Brasil, expostas sobretudo na pisada miscigenada do estilizado baião Vive livre.
Se as vozes do coro de Belezas pra nós dão grandiosidade à música-título, a pegada esfuziante de É preciso navegar impulsiona essa composição rio adentro em correnteza distinta da que leva a canção Longe do Rio no barco da saudade da cidade do Rio de Janeiro (RJ), motor da letra.
Nesse mar de influências e referências, a canção em inglês I’m the wolf tem acento folk potencializado pelo toque do violão de Chico César.
Entre a vivacidade latina que empodera El reino de Urón e o canto ruminado que conduz Tamo en la juanita para o sertão nordestino no início dessa faixa introduzida pela aridez da vinheta Entrando en la juanita, o trio soa deliciosamente retrô na levada pop da canção em inglês I don’t say goodbye e traz o grupo argentino de percussão La Bomba de Tiempo para encorpar o baticum de Primavera nasce.
Já Lo que tengo hoy incursiona pela trilha do indie-rock latino com a fluência que caracteriza Belezas pra nós, álbum cheio de bonitezas geradas pela hábil produção musical de Esteban Blanca.

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