Deolane foi presa em uma operação que investiga lavagem de dinheiro e jogos ilegais na internet. Como explica Carol Prado, repórter do g1 que acompanha os movimentos do mercado na internet, ter influência nas redes sociais virou uma ferramenta de status social. É o caso de Deolane Bezerra, empresária e advogada com mais de 20 milhões de seguidores nas redes sociais.
“A influência acabou sendo vista como uma ferramenta de ascensão social. Hoje, muita gente sonha ser influenciador, vencer na vida sendo influenciador”, disse Carol em entrevista ao podcast O Assunto desta quinta-feira (5).
“A Deolane já foi comerciante, já foi sacoleira e teve uma ascensão social, ganhou poder aquisitivo. E por isso é tão importante para a narrativa dela mostrar essa ostentação. Mostrar que ela tem acessos, uma vida de luxo, viagens, carros, mansões.”
Não à toa, ostentar gera interesse, engaja e, consequentemente, impulsiona as publicidades que o influenciador anuncia (algo almejado por algumas empresas).
Deolane Bezerra em foto publicada no seu Instagram
Reprodução/Instagram
Deolane foi presa nesta quarta (4) em uma operação que investiga lavagem de dinheiro e jogos ilegais na internet (ela disse à polícia que recebia dinheiro de casa de apostas por meio de contratos publicitários e negou crimes).
E esse arranhão na imagem pública (dela e de outros influenciadores) pode, agora, indicar uma mudança no mercado e na relação com marcas. Uma crise de credibilidade mesmo.
“Algumas empresas, não todas, estão muito preocupadas com a mensagem que trabalhar com determinado influenciador vai passar. […] As empresas estão mais cautelosas na hora de escolher um influenciador, a gente está vendo uma mudança de mercado, talvez para uma influência mais segmentada, de nicho, e isso em parte do mercado.”
Ouça a íntegra do episódio aqui.
O futuro dos influenciadores
VEJA CORTES DO PODCAST O ASSUNTO EM VÍDEO